sexta-feira, 16 de março de 2012

Coluna da BÉ

Caros Colegas


Venho por este meio informar que, depois de tirar algumas folhas de papel higiénico para limpar o “dito cujo”, o resto do rolo continua utilizável, portanto, não há necessidade de vossas excelências se tentarem livrar de um rolo de papel higiénico inteirinho cada vez que forem à casa de banho.
Claro que este conselho é para ser tido em conta em qualquer casa de banho, até porque as retaliações do mau uso do papel higiénico já se fizeram sentir: notem que, devido ao vosso comportamento (completamente desinformado), o papel foi removido do vosso alcance – se precisarem, por favor, dirijam-se à funcionária mais próxima ou tragam de casa.
Ainda por cima, há funcionárias que só dão uma folhita: uma pessoa que não queira só fazer pipi até se sente envergonhada de pedir mais um bocadito de papel para limpar o tutu. Digam lá se isto não é de indignar uma pessoa?
Há, também, aquela situação em que uma pessoa está mesmo “à rasquinha” e chega à casa de banho e depara-se com o seguinte: as portas estão todas trancadas sem ninguém lá dentro. Vá lá, ao menos alguns alunos estão aplicados no seu futuro e andam já a treinar passos de magia ou então aspiram ser assaltantes profissionais de cofres de alta segurança e começaram a treinar nas portas das cabines das casas de banho - para estes infelizes, deixo aqui um abre olhos: se a ideia é arrombar cofres seria melhor treinarem a vossa capacidade de abrir portas e não de as trancar… mas isto é só uma ideia.
Acredito que depois desta informação todos faremos um esforço para utilizar corretamente o rolinho.
Por falar em portas e em pessoas que gostam de fechar portas, das duas três: ou a escola está cheia de analfabetos ou de pessoas que sofrem da famosíssima doença “cegueira seletiva”. Que outra razão explicaria o facto de ninguém se dar ao trabalho de ler o pedido afixado na porta da Biblioteca Escolar que diz o seguinte: “Mantenha a porta fechada, por favor”? Má educação? Não me parece. Os alunos não são mal-educados, são só um bocadinho brutos. A senhora da biblioteca é que não está habituada a gente com tais qualidades. Pronto. Que havemos nós de fazer? Os professores que levam as suas turmas para as aulas na biblioteca têm alguma culpa do feitio dos meninos? Que se pode esperar que os docentes façam? Que se imponham? Que eduquem? Que os chamem à atenção? Não pode ser, os senhores professores não são pais dos meninos, ensinar boas maneiras não faz parte das funções dos docentes. Quer dizer, qualquer dia queres ver que os professores também vão começar a mandar os meninos para rua por lhes faltarem ao respeito? Era o que mais faltava. O professor não tem nada que explicar ao menino que há um modo civilizado de falar com os outros seres humanos.
Não se sintam ofendidos por parecer que vos trato como se fossem crianças selvagens e ignorantes; acontece que “paga o justo pelo pecador” e a falta de civismo tem de ser denunciada e penalizada.
Meditemos sobre o seguinte: nós, os adolescentes de hoje, somos os adultos de amanhã, somos os futuros governantes deste país. Como é que o país poderá cair em boas mãos e evoluir, quando os seus futuros dirigentes, que estão numa escola secundária, enfiam rolos de papel higiénico inteiros pela sanita abaixo, por brincadeira? Como é que pessoas que perdem o seu tempo a trancar as portas da casa de banho podem ser políticos competentes ou adultos decentes no futuro? E como é que nós, no fundo ainda miúdos, podemos crescer e aprender alguma coisa quando nos é apresentado um mundo onde a má educação não é corrigida nem penalizada, num mundo onde professores dizem “habitue-se”, “não posso fazer nada”, etc.?
A incompetência dos adultos do futuro nasce agora por falta de penalização dos comportamentos que têm agora e muitas vezes do apoio que estupidamente têm por parte de quem os devia chamar à razão. Mas cada um sabe de si e Deus sabe de todos.
Bem, parece-me que acabamos de descobrir como é que os nossos políticos ocupavam os seus tempos livres na escola e a atitude que os adultos da altura tomavam perante isso.
Fica o mote lançado para a reflexão de cada um.


                                                                                                                       


P.S.: Parece-me, deveras, um futuro muito promissor…

2 comentários:

  1. Devo dizer que discordei apenas com uma unica palavra "promissor". Devo acrescentar que ordinario fica de facto melhor, até porque como a frase indica não será um futuro muito normal e se pensar mos bem, para as pessoas normais é um futuro de m**** logo ordinario fica melhor...

    pensa nisso

    B.

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  2. O Caro leitor tem de entender que estava implícita uma certa ironia...Mas obrigada pelo conselho...

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